Isto NÃO é rock



( Atenção: este é um artigo da categoria OH - Ódio humorístico )


Vamos lá a uma crítica musical que refere apenas os 3 cabeças de cartaz dos 3 dias do NOS Alive: 

. The XX;
. Foo Fighters;
. e Depeche Mode.



Primeiro dia: os The XX não aquecem nem arrefecem; soam vagamente a uma mistura de Cure e Joy Division, mas sem as melodias complexas e o carisma de Robert Smith e sem a obcessão pela escuridão da alma dos Division de um Ian Curtis sempre à beira do abismo.

Há dois vocalistas nos XX; a voz feminina, que é demasiado frágil no pior sentido da palavra e a voz masculina, que faz modulações e discretos rodopios que não levam a lado nenhum.

Já o suporte dos restantes instrumentos é competente, sim, mas não chega para aguentar músicas de 4 longos minutos. 

Enfim: uma seca.



Segundo dia: Foo Fighters. Aqui há apenas 3 opções nas canções:

1. Começa em melodia e acaba em berraria;
2. Começa em berraria, há melodia uns segundos e volta à berraria;
3. Começa em berraria, continua e acaba igualmente em berraria.

Haja alguém que diga ao Dave Grohl que os créditos dos Nirvana estão-se a acabar…(uma bicada carinhosa, moço, toca a arrebitar)    ;-)

O tipo é um entertainer capaz e também baterista de valor e talvez, com boa vontade, um guitarrista mediano; não um vocalista.

Isto nem é rock, nem heavy metal, nem nada lá pelo meio; musicalmente falando, isto é zero.

Não distingui as canções; todas me soaram iguais, uma vez que Grohl fez questão de misturar a berraria um pouco por todas as músicas, para ser democrata, e deu nisto: uma trapalhada épica.



Terceiro dia: Depeche Mode.

Começou mal, com umas 3 ou 4 canções que eu não conhecia de lado nenhum, e uma interpretação demasiado soft, de quem não estava a sentir a melodia; o que era normal, pois a melodia não estava lá.

Continuou um pouco menos mal, com umas 2 ou 3 que já se reconheciam, e curiosamente uma das melhores foi cantada pelo guitarrista; era calma e bem construída: era finalmente música, em vez de espectáculo sonoro. Gahan, aprende com este tipo... menos meneios sensuais no palco e mais colocação de voz.

Lá para o fim vieram uns 2 êxitos, e depois acabou, com o vocalista aparentando pouca vontade de voltar ao palco (foi o que me pareceu, mas não me crucifixem...)


Não foi por acaso que Foo Fighters e Depeche Mode fizeram por entre o alinhamento e aparentemente de forma quase inconsciente uma minúscula mas óbvia homenagem aos Queen do enorme Freddie Mercury: a mente destes instrumentistas sabe muito bem o que é de facto um grande concerto ao vivo de música rock. Não me pareceu nada orquestrado, antes algo intuitivo. E também não foi por acaso que houve por breves segundos uma enorme ovação entre o público e que essa homenagem também terminou nesses mesmos breves segundos, estilo: "- Pá, aplaudam-nos a nós, que o Freddie já não precisa"..

Vi certa vez um DVD de Bob Marley, num concerto de uma digressão pelos EUA que não correu particularmente bem. E a razão é simples: nota-se que ele estava completamente esgotado, animicamente estava de rastos.

Não me espantava nada que os músicos de rock estivessem quase todos assim: depois do fim dos royalties pela venda de vinis, da fraca venda de CD´s, da bomba atómica que Jobs lançou no mercado musical, e das digressões extenuantes, com jet lags constantes e quartos de hotel e comida de plástico em grande parte da sua vida, admira-me, isso sim, que ainda estejam vivos !


Conclusão: Grohl e Gahan em serviços mínimos (excluindo o esforço de gritaria do primeiro, que deve ser reconhecido) e uns The XX que, seja em serviços mínimos, seja em serviços máximos, soam sempre igual e enjoam qualquer um, qual viagem de barco em pleno Tejo.


E sobre música - ou falta dela - estamos falados.

É por estas e por outras que eu continuo a adorar o conceito diametralmente oposto do HotClub:

. Muita música;

. e pouco fogo de artifício sonoro, vulgo ruído.

(a tugalândia agradece)



Haja pachorra !

Comentários

Unknown disse…
és muito burro ...
iNdUcAnDo disse…
Tem dias ! ;-)

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