Incêndio de palavras



Quem quer saber da percentagem de eucaliptos nas florestas em Portugal ?
Quem quer saber da limpeza das matas em tempo útil ?
Quem quer saber da responsabilidade de cada partido e de cada governo nesta matéria ?
Quem quer saber se foi do raio ou do fósforo ?


Há almas que não sabem.
Tão esquecidas como o mar.

Palavras incendiadas, leva-as o vento.
Rumo a um destino incerto.
Foram mães, quais luzes na escuridão.

Não há agora tempo para ter tempo.
Um momento fugaz de fugas rumo a esse destino.
Trevas, labaredas, chamas em fuga a si mesmas.

Para sempre será a sua memória.
Para sempre, em tempo lento.

Mil vozes, em pleno tempo presente, se levantaram.
Orando ao infinito.

Almas sem tempo dentro.
Anjos de um tempo nenhum.

Há passados que são futuro.
Há crianças que não se apagam.

Diz-me, quantas pessoas são essas.
E quantos se findaram sem razão.
Por aquilo que não tem sentido.
Por palavras e letras e sons perdidos.

Vem comigo.
Torna a tua alma o meu abrigo.
Vem ver o poente.
Para sempre.

Quando um sol nasce...
A lua faz poesia.



Nascem-me vidas por entre o Tempo.

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